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Workshop debate ações de promoção e igualdade racial dentro das empresas

Aposentado há pouco mais de um mês da Bayer Brasil, onde ocupou o cargo de presidente da empresa pelo período de sete anos, Theo Van Der Loo, 63, hoje viaja por todo o país para palestrar em eventos que discutem temáticas voltadas para inclusão de negros e das classes minoritárias nos ambientes corporativos. Durante sua estada na capital baiana, nesta quinta-feira (30), o ex-executivo foi um dos convidados do 2º Workshop de Promoção da Equidade Racial, organizado pela Secretaria Municipal de Reparação (Semur).

 

A atividade é destinada para organizações públicas, privadas e da sociedade civil, certificadas ou não com o Selo da Diversidade Étnico-Racial. O encontro aconteceu no auditório do campus da Unifacs, na Avenida Tancredo Neves, e contou ainda com apresentações de mais dois painelistas: Luiz França, diretor de RH e TI na América do Sul do Grupo Kordsa e Marco Aurélio Lima, chefe de projetos do Painel BAP. A mediação do evento ficou por conta de Ítala Herta, cofundadora e diretora de operações da holding social baiana Vale do Dendê.

 

Com praticamente quatro décadas de experiência em gestão e marketing farmacêutico no Brasil, Espanha e América Latina, Van Der Loo enfatizou que o racismo ainda está fortemente presente na sociedade. “Conforme fui conhecendo as histórias das pessoas negras, vi que é uma situação complicada e delicada. Muitos problemas que os brancos não têm noção. Nos últimos dois anos, me identifiquei com a causa de inclusão à diversidade. A realidade no Brasil é que vivemos num apartheid velado e que os negros muitas horas são invisíveis”, disse.

 

Van Der Loo frisou que a igualdade de gênero e de etnia dentro das organizações perpassa pela mudança de mentalidade. A mesma preocupação que as empresas têm hoje em cumprir leis e regulamentos externos e internos, através de atividades de compliance social, deve ter também para realização de ações para promover a equidade. “A maioria da população brasileira é afrodescendente e temos que fazer um sistema de cotas para inclusão? Isso por si só mostra que há algo está errado. Se a gente não chamar o branco para a conversa, não vai haver mudança nunca, porque quem discrimina são os brancos. Estes que precisam ser mais proativos”, acrescentou.

 

Luiz França, por sua vez, esclareceu assuntos sobre como respeito ao ser humano e à diversidade traz resultados positivos para os negócios. Ele citou exemplo de sucesso da Kordsa no país, que criou o programa Ser Plural. “É uma iniciativa que trabalhamos para que as pessoas possam ser quem são. Reunimos indicadores muito fortes de satisfação com relação às nossas práticas internas, demostrando que temos respeito independente da cor, etnia, religião e gênero.” “Quando as pessoas entregam o melhor de si, não tem jeito. Todo o negócio, os resultados financeiros e a sociedade ganham. É um processo de reciprocidade”, complementou.

 

Já o chefe de projetos do Painel BAP, Marco Aurélio Lima, explicou ao público como conhecer novas demandas da população negra e como criar soluções para supri-las. Um exemplo citado foi o próprio Painel BAP, plataforma que possibilita a participação em pesquisas de mercado online de forma que os consumidores sejam recompensados com dinheiro, produtos e serviços.

 

Selo – Criado em 2007 pela Semur, o Selo da Diversidade faz parte do Planejamento Estratégico da Prefeitura desde 2013. Representa uma política pública de sensibilização das organizações para valoração da diversidade étnico-racial. Com a obtenção do selo, as instituições assumem o compromisso de criar oportunidades profissionais e desenvolver ações de combate ao racismo no ambiente de trabalho. Atualmente, a capital baiana conta com cerca de 130 organizações certificadas.

Fonte: Secom

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