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Prefeitura de Salvador homenageia servidores que foram destaque em 2023 durante evento no Comércio

A Prefeitura de Salvador realizou nesta segunda-feira (6) o evento Servidor Destaque 2023, que homenageou profissionais que se destacaram ao longo deste ano. A premiação ocorreu no Polo de Economia Criativa Doca 1, no bairro do Comércio, e fez parte das celebrações do Dia do Servidor Público, comemorado no último dia 28 de outubro. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Gestão (Semge), e a vice-prefeita e secretária de Saúde (SMS) Ana Paula Matos esteve presente.

O evento homenageou 39 servidores, um de cada órgão municipal, entre estatutários, detentores de cargo comissionado com no mínimo cinco anos de exercício, REDA ou empregado público. A premiação levou em conta a atuação diferenciada desses profissionais em relação à produtividade, comprometimento, ética no trabalho, disciplina e responsabilidade. Na ocasião, a Semge também promoveu uma visita guiada dos trabalhadores à Cidade da Música, equipamento cultural também localizado no Comércio.

Uma das homenageadas foi Renée Buzahr, gerente de Regularização Fundiária da Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra). “Em janeiro faço 18 anos na Prefeitura. Entrei achando que ia ser algo passageiro e esse passageiro me deu régua e compasso. Sinto muito orgulho de ser servidores, de cumprir o propósito, que é servir com toda dedicação, cumprindo todas as demandas e metas, mesmo com as adversidades que a gente enfrenta no dia a dia”, disse.

“Mas a recompensa do serviço público, especialmente no meu caso, da regularização fundiária, é enorme. Nos traz uma gratidão enorme saber que a gente conseguiu mudar um pouquinho a vida de quem mais precisa, isso não tem preço e é por isso que estou aqui nesse papel até hoje”, completou Renée, emocionada.

Cássio Nogueira atua na área administrativa da Secretaria Municipal de Educação (Smed) há 18 anos, tendo entrado na Prefeitura ainda como Jovem Aprendiz. Ele falou que a homenagem lhe motiva ainda mais a servir: “A gente, como servidor, fica muito feliz com essa iniciativa, é sempre bom ser reconhecido pelo que faz com amor e carinho. Ter essa atenção e a essa valorização impulsiona a pessoa a trabalhar com mais vontade e ainda mais alegria”, disse.

Atualmente, a Prefeitura de Salvador conta com 21.692 servidores estatutários. Em 2023, até 30 de setembro, foram 719 novos convocados para o serviço público municipal. De acordo com Mariana Troccoli, diretora de Gestão de Pessoas da Semge, o serviço público, apesar de super almejado, é também desafiador: “Nós servidores, estamos sempre focados no atendimento e na entrega de serviços ao cidadão, contribuindo para a implementação das políticas públicas. É o servidor que garante a continuidade da gestão pública, que só se concretiza, a partir do trabalho desenvolvido pela categoria”, destaca.

Ana Paula Matos destacou a abnegação dos servidores municipais, algo importantíssimo no dia a dia: “Essa é a nossa confiança, de que por mais difícil que seja a jornada, a gente sempre tem pessoas de bem, de coragem e talentosas para estarem com a gente alcançando cada meta, cumprindo cada degrau. Muito obrigado a todos vocês pela dedicação e pelo compromisso diários. Minha mensagem é: sejam todos os dias as melhores pessoas que vocês puderem”, disse.

O titular da Semge, Rodrigo Alves, lembrou que a pasta é responsável por acompanhar os servidores ao longo de toda a sua jornada: “A Semge funciona como o grande RH de toda a Prefeitura. Aqui fazemos as seleções e concursos, convocamos e treinamos os nossos servidores. Do dia da nomeação até a aposentadoria, a Semge está envolvida diretamente com os nossos estatutários do quadro de ativos e de aposentados. O nosso foco é cuidar, valorizar e dar melhores condições de trabalho para esses colaboradores”, lembrou.

Reportagem: Joice Pinho e Vitor Villar / Secom PMS

Após três anos fechado, Muncab reabre em parceria com a Prefeitura trazendo exposição premiada

Salvador passa a ter de volta um dos espaços mais emblemáticos de valorização e história do povo negro na cidade e no país. O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), situado na Rua das Vassouras, no Centro Histórico, foi reinaugurado nesta segunda-feira (6) depois de ficar três anos de portas fechadas devido à pandemia da Covid-19. A ação ocorre após a Prefeitura fechar parceria e concluir a primeira etapa de obras de revitalização do equipamento, que reabre com a premiada exposição “Um Defeito de Cor”.

Neste primeiro momento, as intervenções envolveram adequação de espaços internos como manutenções de paredes, sistema elétrico e de ar-condicionado, iluminação e melhorias no piso. Mais duas etapas estão previstas para ocorrer, sendo uma delas a reforma do anexo do museu, cujo projeto está em atualização para abertura de licitação. Na outra, a Prefeitura articula cessão de um edifício ao lado do próprio Muncab, visando ampliar a estrutura. O investimento total é R$ 15 milhões.

“Vamos fazer aqui um complexo que vai levar o Muncab a ser o maior museu da cultura afro-brasileira das Américas, como tem que ser. Esse equipamento vai resgatar e valorizar a história do povo negro da nossa cidade, sendo mais um ponto de visitação para milhares de baianos e turistas, ajudando a gente a consolidar Salvador como principal destino turístico do Brasil”, destacou Bruno Reis.

A reinauguração do Muncab integra a programação do Novembro Salvador Capital Afro, iniciativa municipal para celebrar e valorizar a ancestralidade e cultura de matriz africana. “Esse local não apenas preserva nossa história, mas também educa as gerações futuras sobre a importância da cultura negra. Vamos, além de investir em obras, trabalhar para aquisição de acervos e para promoção deste espaço como destino”, completou o prefeito.

O Muncab funciona no prédio do antigo Tesouro do Estado da Bahia, sendo criado em 2009 como realização de um sonho coletivo do movimento negro. “Esse é espaço de reflexão, de reconexão, de preservação e valorização das artes e dos artistas negros. Esse museu pertence a toda a comunidade e a gente fica muito feliz de estar reabrindo as portas”, disse a diretora do local, Cintia Maria.

A gestora acrescentou que a expectativa é que o Muncab tenha uma infraestrutura museológica de ponta. “Isso vai possibilitar que a gente possa receber grandes exposições internacionais, pois o museu passará a cumprir todos os parâmetros para recebê-las”, salientou.

Para o titular da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho, a volta do museu é um marco na história da capital baiana. “Três pontos tornam o Muncab fundamental para nossa cidade. Esse é um local de tributo à nossa ancestralidade, de oportunidades para aprendermos sobre as lutas, belezas, conquistas e desafios enfrentados pelo povo negro ao longo da história, assim como um símbolo de inclusão onde a cultura afro-brasileira é celebrada e valorizada”, listou.

Já a secretária da Reparação (Semur), Ivete Sacramento, afirmou que festejar o Novembro Negro é executar ações concretas em prol de políticas raciais. “Tudo que a gente tinha para discutir em termos de promoção da igualdade racial, já discutimos. Agora temos que fazer o que ainda falta. O Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira vai resgatar nossa cultura para além da gestão municipal. Salvador tem que adotar espaço através de visitação e divulgação”, reforçou.

Exposição – A partir desta segunda (6), o Muncab volta a receber o público com a exposição “Um Defeito de Cor”. Até o dia 12, o acesso será gratuito e os ingressos já podem ser retirados através do link (https://linkme.bio/muncab). Depois disso, a entrada será feita mediante pagamento de R$ 20 inteira e R$ 10 meia. O funcionamento é de terça a domingo, de 10h às 17h.

Com cerca de 370 obras de mais de 100 artistas do Brasil e do mundo, “Um Defeito de Cor” chega a Salvador após estreia no Museu de Arte do Rio. A exposição conta a história de Kehinde, uma africana escravizada que, após muitas adversidades, consegue sua liberdade e parte em busca do filho. O acervo conta com pinturas, esculturas, fotografias e material audiovisual e ficará à mostra até 3 de março de 2024.

“A sensação que eu tenho é que a história voltou para casa. A gente precisa parar de pensar que podemos abrir mão das nossas instituições, parar de pensar que a gente pode abrir mão de uma potência negra que se expressa e conta a sua história”, salientou a autora do livro homônimo que inspira a exposição, Ana Maria Gonçalves.

Mesa sobre Afrodiáspora com atriz Viola Davis reúne centenas de pessoas no Festival Liberatum em Salvador

O Festival Liberatum, evento internacional de criatividade, reflexão e celebração da cultura, começou nesta sexta-feira (3) trazendo para Salvador personalidades mundiais como as atrizes Viola Davis e Angela Bassett e o escritor Wole Soyinka. A programação gratuita, que ocorre no Centro de Convenções até domingo (5), foi aberta às 10h com a presença do prefeito Bruno Reis e seguiu com a mesa Uma Vida Dedicada à Cultura, com a ministra da Cultura Margareth Menezes e o dançarino e produtor cultural Gil Alves. O festival é gratuito e todos os ingressos foram esgotados logo no primeiro dia de disponibilização.

Com programação focada no protagonismo negro no Brasil e no mundo, uma das atrações mais aguardadas deste primeiro dia foi a mesa Afrodiáspora, com as atrizes Viola Davis e Taís Araújo, além da empreendedora cultural Melanie Clark e do ator e produtor Julius Tennon. Davis é reconhecida mundialmente por seus papéis em séries e filmes, entre eles o de protagonista no longa-metragem A Mulher Rei, lançado em 2022, que conta a história de um grupo de guerreiras que tenta proteger o reino africano de Daomé, por volta de 1820.

Viola falou sobre a importância de que diferentes histórias sejam contadas nas grandes produções audiovisuais. “Eu acho que você acaba percebendo que tudo o que te disseram sobre ser uma atriz negra é mentira. As limitações sobre as histórias, sobre o que as pessoas querem ver, eu chamo essas coisas de opressão internalizada. Quando o mundo diz para vocês que apenas uma certa parte da população, da história, é importante. Eu sempre acreditei que quando você faz algo como artista, que é honesto, as pessoas querem ver e isso me empoderou”, disse.

Viola Davis entrou para o seleto grupo artístico do EGOT (Emmy, Grammy, Oscar e Tony Awards), alcançando todos os principais prêmios da indústria do entretenimento mundial, tornando-se a 18ª personalidade no mundo e a terceira mulher negra a conquistar esse feito. Também foi considerada pela revista Times uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2012 e em 2017. Casado com Davis, Julius Tennon é ator e produtor de cinema. Juntos, eles abriram a própria produtora, Juvee Productions, responsável por projetos como o longa A Mulher Rei.

Tennon comparou a experiência de visitar Salvador à que teve em Cape Town, na África do Sul, durante as gravações do filme. “Estar naquele solo como uma pessoa mais velha pela primeira vez foi profundo, um sentimento igual ao de estar aqui com vocês. Eu posso dizer que foi algo avassalador e inesperado. Depois de uma semana lá, estava caminhando sozinho e subitamente os ancestrais me sequestraram e eu comecei a chorar, porque eu senti aquele pertencimento, eu estava abraçado. E agora eu até me emocionei pensando nisso, assim como eu estou emocionado em olhar para os rostos lindos de todos vocês”, disse.

A atriz carioca Taís Araújo, uma das mais famosas e relevantes atrizes negras do Brasil, falou sobre a importância do evento acontecer em Salvador: “Aqui é um pólo cultural e criativo gigantesco do país, então é muito importante que essa discussão comece em Salvador e que passe por todo o país e que ganhe o mundo, levando as ideias que vão ser colocadas aqui hoje”, disse.

“Acho que um festival como o Liberatum serve muito para isso, discutir como é que a população negra quer ser retratada, como é que a gente quer contar as nossas histórias. Eu quero escutar outras pessoas negras, quero conhecer pessoas novas e depois realizar em cima das ideias que foram colocadas aqui. Se o primeiro ano do evento está sendo assim, tão grande, acho que no ano que vem tem a chance de ser muito maior, de atrair ainda mais pessoas. Então, que o Liberatum cresça mesmo e que seja essa plataforma de narrativas negras”, completou Taís Araújo.

O Festival Liberatum tem mais uma mesa nesta sexta-feira: Redesenhando a Cultura Preta no Imaginário Popular, com o modelo estadunidense Alton Mason, os produtores de moda baianos Pedro Batalha e Hisan Silva e a deputada federal Erika Hilton, a partir das 17h. Já às 20h, será realizado o prêmio e gala de honra cultural Liberatum para a cantora Alcione, em evento exclusivo para convidados.

Novembro SCA – O Festival Liberatum é o primeiro evento do Novembro Salvador Capital Afro, programação cultural que se estenderá na capital baiana durante todo este mês trazendo ainda festivais internacionais de música, como o Afropunk Bahia, e de cinema, como o Festival Internacional do Audiovisual Negro do Brasil (Fianb), além de eventos de moda negra, festivais de afroempreendedorismo e afrofuturismo, desfiles de blocos Afro e a reabertura do Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab).

Titular da Secult, Pedro Tourinho destacou que o Liberatum é a prova de que Salvador está conectada com o mundo: “Ele não está aqui por acaso. Traz talentos internacionais para conversar com os nossos talentos, lideranças culturais para falar com nossas lideranças culturais. É a prova de que Salvador está conectada, de que as pessoas têm interesse em todo esse movimento para potencializar a nossa cultura e os nossos talentos para que a gente possa ganhar o mundo”, disse.

Essa é a primeira vez em que a plataforma mundial Liberatum chega ao Brasil, e Salvador foi a cidade escolhida pela organização por conta do seu legado cultural afro-diaspórico, sendo a cidade mais negra fora de África. O festival tem a co-realização da Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult).

Nascido em 2001 para apresentar ao público programas artísticos notáveis, visionários culturais e agentes de mudança, o Liberatum já realizou eventos em Hong Kong, Estados Unidos, Papua-Nova Guiné, Reino Unido, Marrocos, Itália, Turquia, México, Espanha, Índia, França, entre outros países.

Programação – O Festival Liberatum também traz para Salvador a atriz Angela Bassett, que será homenageada com o prêmio de Pioneira Cultural. Reconhecida por interpretar mulheres negras fortes em obras como Malcolm X, Pantera Negra e no filme sobre a biografia de Tina Turner, a homenageada é uma das principais porta-vozes internacionais do evento sobre cultura negra, diversidade e inclusão.

Outro participante é o escritor nigeriano Wole Soyinka, primeira pessoa negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Ele participará de uma mesa gratuita na segunda-feira (6), no Museu Nacional de Cultura Afro-brasileira (Muncab).

O show gratuito de encerramento será realizado no próximo domingo (5), com apresentações do grupo estadunidense Ground Zero Blues, e de artistas baianos como Lazzo Matumbi, Ilê Ayiê, Orquestra Afrosinfônica, Luedji Luna e Márcio Vitor. A programação também prevê homenagens a figuras ilustres como Vovô do Ilê e Débora da Banda Feminina Didá.

Programação do Festival Liberatum:

4 de Novembro
Ciclo de palestras no Centro de Convenções:
10h – Afrofuturismo (Ancestralidade, Inovação e Transformação) (Paulo Rogério e Tânia Neri)
11h30 – O Corpo como Ferramenta Política (Edgar Azevedo, Paloma Elsesser e Teodoro)
13h – De Quem é o Papel de Promover a Diversidade (Seu Jorge, Rossy de Palma e Hiran)
14h30 – Liderando nos Tempos Atuais (Alan Soares, Monique Evelle, Maurício Mota e Nina Silva)
16h – O Poder Transformativo da Arte (Kehinde Wiley, Bernardo Conceição e Bruno Rocha)

5 de novembro
Show de Encerramento na Praça Cayru a partir das 17h:
Honraria à Angela Bassett
Ground Zero Blues Club + Lazzo Matumbi
Ilê Aiyê e convidados
Afrosinfônica convida Luedji Luna e Márcio Victor (Psirico)

6 de novembro
Palestra no Museu Nacional de Cultura Afro-Brasileira (Muncab
15h – Wole Soyinka

Reportagem: Priscila Machado e Vitor Villar / Seco

Bruno Reis participa da abertura do Liberatum e anuncia reabertura do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira

O prefeito Bruno Reis anunciou que o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab) será reinaugurado na próxima segunda-feira (6). O anúncio foi feito pelo prefeito nesta sexta-feira (3) durante a abertura do Festival Liberatum, que acontece no Centro de Convenções de Salvador, na Boca do Rio, até o próximo domingo (5). A solenidade contou ainda com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, do secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, da vice-prefeita da capital baiana, Ana Paula Matos, dentre outras autoridades.

O festival, que é gratuito, integra a programação do Novembro Salvador Capital Afro e vai reunir atrações como as atrizes Viola Davis e Angela Bassett, a cantora Alcione, e a ministra da Cultura, Margareth Menezes. A programação ainda terá o vencedor do prêmio Nobel de literatura, o nigeriano Wole Soyinka.

“A Prefeitura tem a honra de colaborar como co-participante do Liberatum. Quero aqui agradecer a presença de convidados estrangeiros que vieram para abrilhantar ainda mais esse mês em que nós vamos celebrar a cultura afro na nossa cidade. Então, novembro vai ser um mês de negócios na área da cultura, de imersão de temas da cultura afro, da geração de empregos, de hotéis lotados na nossa cidade, vamos chegar a 90% de ocupação. Quero agradecer a Pablo (Ganguli, líder da organização Liberatum) pela organização deste evento e por ter acreditado em nossa cidade”, afirmou o prefeito.

O Festival Liberatum 2023 visa promover diálogos de valorização do multiculturalismo, diversidade e inclusão na cidade em que mais de 80% da população é afrodescendente. Todas as palestras e eventos serão transmitidos ao vivo, via TikTok, garantindo interação com o público em tempo real.

Bruno Reis destacou a programação do Novembro Salvador Capital Afro, que foi lançado no mês de agosto pela Prefeitura e conta com um inédito calendário de eventos com o apoio da gestão municipal que se estenderá por todo o penúltimo mês do ano. O foco da programação é exaltar a ancestralidade negra da capital baiana.

“Eu quero destacar a identidade que nós temos e essa grande potência. Identidade porque somos a cidade mais negra fora da África, e a potência porque sem sombra de dúvidas a nossa negritude é um dos nossos principais ativos. Queremos que esse mês de novembro seja de negócios na cultura, de oportunidades, queremos que o mês de novembro seja reconhecido no Brasil e no mundo para que milhares de visitantes venham aqui conhecer e se conectar com suas raízes. Afinal de contas, Salvador é a capital afro das Américas”, disse Bruno.

O secretário Pedro Tourinho ressaltou a programação do Liberatum e do Novembro Salvador Capital Afro. “A gente tem grandes lideranças da cultura negra do mundo que vieram para cá para participar, para se envolver. Viola Davis anunciou ontem que vai abrir uma empresa aqui, e abrir também um programa para potencializar criativos. Então está tudo acontecendo. Essa é a primeira semana, ainda vai vir muita coisa aí nas próximas semanas. É uma felicidade enorme, porque a gente sempre soube, acreditamos muito que temos esse potencial”, afirmou o secretário Pedro Tourinho.

Muncab – A reabertura do Muncab é parte desta programação. “A Prefeitura, ao longo desse mês, está realizando diversos eventos. Vamos inaugurar a primeira etapa do Muncab. Será o maior museu das Américas com toda a história e toda a importância da cultura afro e do povo negro em nossa cidade”, salientou o prefeito.

Em junho deste ano, a Prefeitura fechou parceria com o Muncab, viabilizando R$ 15 milhões para a compra de acervo e execução de obras pendentes para finalizar o espaço de exibições. Localizado em dois prédios no Centro Histórico, onde funcionou o antigo Tesouro do Estado da Bahia, o museu é um dos maiores da América Latina sobre a cultura afrodiaspórica.

A programação do Novembro Salvador Capital Afro conta com festivais de música e de cultura negra, como o Afropunk e o Candyall e Tal, e de cinema negro, como o Fianb (Festival Internacional de Audiovisual Negro do Brasil), trazendo atrações nacionais e internacionais. Também terá o lançamento do projeto Rolês Afro, pacote de roteiros turísticos que será lançado pela Prefeitura de Salvador focado no patrimônio afrodiaspórico da capital baiana.

Liberatum – O Festival Liberatum nasceu em 2001 e já teve eventos em locais como Hong Kong, Estados Unidos, Papua-Nova Guiné, Reino Unido, Marrocos, Itália, Turquia, México, Espanha, Índia, França, entre outros. Esta é a primeira vez do festival no Brasil. Entre os participantes, a atriz Angela Bassett será homenageada com o prêmio de Pioneira Cultural. Reconhecida por interpretar mulheres negras fortes em obras como “Malcom X” e “Pantera Negra”, a homenageada é uma das principais porta-vozes internacionais do evento sobre cultura negra, diversidade e inclusão.

“A chegada do Festival Liberatum ao Brasil acontece em um momento muito importante da história do nosso país. Com nosso país de volta à agenda global e sediando eventos com relevância internacional tem um grande impacto para fomento cultural, promoção do turismo e geração de legado local”, disse Flávio Saturnino, Diretor de Comunicação da Liberatum Brasil.

O show gratuito de encerramento, no próximo domingo (5), conta com apresentações de Ground Zero Blues, Lazzo Matumbi, Ilê Ayiê, Orquestra Afrosinfônica, Luedji Luna e Márcio Vitor. A programação também prevê homenagens a figuras ilustres como Vovô do Ilê e Débora (Didá).

Ambulatório municipal promove ações do Outubro Rosa para o público LGBT+

No mês de conscientização sobre o câncer de mama, o acesso aos serviços essenciais de prevenção ainda são barreiras a certos grupos. Em razão disso, o Ambulatório Municipal Especializado em saúde LGBT+, situado no Multicentro da Carlos Gomes, Centro de Salvador, realiza uma campanha dentro do Outubro Rosa, oferecendo uma série de atendimentos gratuitos, como consultas e exames. A ação segue até o próximo dia 31.

Para ser atendido, o paciente deve comparecer ao ambulatório municipal, apresentando RG, CPF e Cartão do SUS. O atendimento funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, (exceto feriados).

Entre os serviços estão inclusos atualização do cartão de vacina, teste de HIV e IST, distribuição de doces, preservativos, gel lubrificante e um folheto com informações sobre a identidade sexual, além da oficina sobre os cuidados com o uso do binder, uma peça de roupa, ou acessório, para achatar a região dos seios, diminuindo a aparência das mamas.

Moradora do Bairro da Liberdade, a DJ Diana Felipe, 27 anos, foi até a unidade em busca de atendimento psiquiátrico. Ao sair do consultório, ela elogiou toda a estrutura do local. “Eu gostei do espaço, um ambiente colorido, as salas climatizadas, me senti acolhida. Além do médico ter me atendido muito bem”, disse

Iniciativa pioneira – Segundo a assistente social da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Tatiane Freitas, os homens e as mulheres transgênero precisam fazer o autoexame. “Os homens e mulheres cis têm mama e podem adquirir o câncer. É de extrema importância se prevenirem”, reforçou.

A vice-prefeita e titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Ana Paula Matos, pontuou que a iniciativa se torna uma ferramenta de inclusão social, ao contemplar este público na campanha Outubro Rosa. “Pela primeira vez, o público LGBT+ está contemplado especificamente na iniciativa. Neste mês estão sendo realizados esses atendimentos especializados para as pessoas LGBT+, que têm as suas diferenças e demandas singulares. Assim, proporcionamos um acolhimento mais humanizado, cuidamos dessas pessoas a partir do que desejam e precisam, e inserimos na agenda permanente desta campanha”. 

Dados – De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em pesquisa feita em 2021, intitulada o Câncer de Mama no Brasil, há uma estimativa para que a cada ano do triênio 2020/2023 sejam diagnosticados no país 66.280 novos casos de câncer de mama, com um risco previsto de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres.

Seminário discute acolhimento e direitos de idosos LGBT+

O acolhimento de pessoas LGBT+ acima dos 70 anos em instituições de longa permanência foi tema de um seminário realizado na tarde desta segunda-feira (9) pela Prefeitura, por meio do Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida Bruno. O evento foi realizado no Abrigo Salvador, em Campinas de Brotas. O evento ocorreu neste mês em que se comemora o Dia Nacional do Idoso, o Dia Internacional da Terceira Idade e os 20 anos do Estatuto da Pessoa Idosa (1º de outubro).

O diretor do Centro Municipal de Referência LGBT+ Vida Bruno e responsável pela coordenação do evento, Marcelo Cerqueira, explicou que o seminário nasceu a partir da observação e do questionamento sobre onde estão os LGBT+ da terceira idade em Salvador e como envelhecem essas pessoas. “Nós, como parte da Secretaria Municipal da Reparação (Semur), queremos lançar esse olhar de carinho para identificar essas pessoas e estar presente na vida delas. Temos uma jornada pela frente, no sentido de incidir sobre as leis de proteção de idosos, que são excelentes, mas ainda não contemplam a questão do gênero e da orientação sexual do idoso”, contou.

O gestor ressaltou ainda que a intenção é dar continuidade às ações, fazendo sessões na Assembleia Legislativa e na Câmara para levar a discussão até chegar ao Estatuto do Idoso. “A Prefeitura está preocupada com essa população de Salvador e está buscando encontrá-la, reconhecê-la e lutar pelos seus direitos”.

Na ocasião, o professor Luiz Mott, titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e fundador do Grupo Gay da Bahia, apresentou informações sobre o aumento da população idosa no Brasil e a situação dos LGBTs idosos que vivem escondidos e com problemas, sobretudo travestis e mulheres trans, voltando a se vestir e a se comportar como homens por terem sofrido discriminação em algum abrigo.

“É muito importante ampliar o número de abrigos, de acolhimento e de Casas de Acolhimento de Idosos LGBT e trabalhar para que elas tenham sempre a presença de lideranças Gays, Travestis, Bissexuais e Lésbicas para instruir sobre como tratar essas pessoas”, declarou.

Formação – O Abrigo Salvador é uma instituição privada sem fins lucrativos que, atualmente, atende 110 idosos com idade a partir de 60 anos, lúcidos e sem distinção de sexo ou identidade de gênero. Primeira vice-presidente da instituição, Andreia Guedes conta que tem se preocupado com o envelhecimento da população LGBT+ e, por isso, tem se mobilizado para oferecer um ambiente mais acolhedor para essas pessoas.

“Enviamos a documentação necessária para receber o selo LGBT+ e estamos implantando tudo aquilo que foi proposto para o recebimento do reconhecimento. No banheiro, já colocamos placas informando: ‘Aqui se respeita a identidade de gênero’, e esperamos que em breve possamos receber o selo. Esse evento veio para somar e, ao mesmo tempo, preparar a nossa equipe profissional sobre a abordagem do tema com os idosos”, afirmou.

Além de Marcelo Cerqueira, Luiz Mott e Andreia Guedes, participaram do evento Roqueline Santos, coordenadora das Instituições Não Asilar do Conselho Estadual da Pessoa Idosa e idealizadora da cartilha LGBT+ Idoso; Lúcia Mascarenhas, coordenadora das Instituições de Longa Permanência (ILPIs) pelo Conselho Estadual da Pessoa Idosa; além de representantes do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e do Conselho Municipal do Idoso (CMI).

Reportagem: Priscila Machado/Secom PMS 

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