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Registros feitos por observatório municipal subsidiam criação de políticas públicas inclusivas

Salvador conta com o Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra a Mulher, que mantém atuação contínua durante todos os dias do Carnaval, fazendo um mapeamento e registro das ocorrências de discriminação racial, violência contra mulheres, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais na festa.

De forma multidisciplinar, envolvendo diversos órgãos da gestão municipal, a estrutura é coordenada pelas secretarias da Reparação (Semur) e de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ). Pioneira no Brasil, a proposta visa construir indicadores que sejam utilizados como subsídios para a formulação e implantação de políticas públicas.

Titular da Semur, Ivete Sacramento ressalta alguns avanços alcançados a partir das observações e registros feitos no local. Ela lembrou que, recentemente, a Prefeitura de Salvador ampliou os espaços voltados à comunidade LGBT, com a criação do Coreto Colorindo Salvador, no Largo Dois de Julho, e também de mais um palco da diversidade na Barroquinha.

Além disso, no ano passado, foi criado o Desfile Rainha LGBTRANS na folia, que se uniu ao Concurso Nacional de Fantasia Gay, evento que chega à 25º edição.

“Nós já tínhamos percebido que a cidade recebe muitos turistas LGBTs durante o Carnaval e que alguns blocos, principalmente os que saem na Barra, acolhem esses turistas de classe média. Então, a criação desses espaços é fruto de pedido das comunidades LGBTs, mas também do observatório, que mostrou a necessidade de ações específicas para esse público”, explica.

Aspectos – A secretária destacou que o órgão está fazendo uma observação especial em relação a três aspectos da folia: aos espaços novos de convivência do público LGBT; aos blocos afros, afoxés e entidades negras; e, em parceria com a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), um olhar para o uso de drogas no Carnaval.

“A gente precisa ter uma observação especial neste Carnaval, que tem como tema Salvador Capital Afro, para a gente entender o movimento dos blocos afros, afoxés e entidades negras. Estamos tendo esse olhar tanto para as instituições carnavalescas grandes como para as menores. E a gente vai poder, no relatório de 2024, apresentar implantações viáveis para essas instituições”, afirmou a secretária.

Os resultados são apresentados em um relatório geral anual, que começa a ser discutido já na Quarta-Feira de Cinzas. “Mesmo antes de ser apresentado para o público, as recomendações já começam a ser encaminhadas para os órgãos, empresas e instituições que cometeram algum delito”, acrescenta.

Violência contra mulher – Segundo a titular da SPMJ, Fernanda Lordêlo, os avanços alcançados hoje pela pasta de combate à violência contra a mulher são fruto de ações oriundas de sugestões do observatório de anos anteriores para a melhoria da condição do público feminino no espaço do Carnaval.

“Hoje, nós temos os Centros de Referência de Atenção à Mulher na rua no período da festa e muitas ações preventivas de campanha, como ‘Meu Não é Lei; Depois do Não, Tudo é Assédio’. Inclusive, com base nessas informações, nós já estamos estruturando no município a ideia de um comitê com um olhar de gênero”, afirmou Fernanda.

Ela ressaltou que a proibição das pistolas d’água durante o desfile do bloco As Muquiranas é fruto de várias sinalizações da Segurança Pública e do Ministério Público da Bahia, mas também oriunda de vários registros e encaminhamentos feitos pelo observatório em relação à atuação do bloco.

“Há também ações relacionadas às condutas de espaços, iluminação, designação de melhorias de becos e vielas, que foram redimensionados pela estrutura municipal também para coibir situações de violência contra a mulher. A proposta é que a gente continue observando, seja na música, seja na rotina dos foliões, formas para criar políticas públicas mais seguras para as mulheres no Carnaval de Salvador”, acrescentou a secretária.

Registros – Este ano, o Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra Mulher atua com 110 agentes de observação espalhados pelos principais circuitos do Carnaval, além de uma central e de cinco torres para suporte aos colaboradores.

Além dos registros feitos pelos agentes, os foliões podem registrar situações de discriminação racial, LGBTfobia e de violência contra mulheres por meio do WhatsApp (71) 98622-5494 ou do site da Semur (reparação.salvador. ba.gov.br)

Este ano, o observatório lançou uma cartilha com orientações sobre o racismo e com dicas sobre as fantasias e sobre como substituir expressões racistas por outras não racistas. Além disso, um folheto foi criado com um QR Code para que o folião também possa ser um observador, colaborando com o registro de informações do observatório. A cartilha e o panfleto estão disponíveis nas redes sociais da Semur e estão sendo distribuídos na folia.

Durante o ano todo, uma Unidade Permanente do Observatório funciona no Clube de Engenharia da Bahia, na Avenida Carlos Gomes, e atende diariamente das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira, no telefone (71) 3202-2700. Inclusive, o espaço permanente, que está completando dez anos, é fruto do observatório provisório do Carnaval.

O equipamento é um espaço de acompanhamento e encaminhamento de casos de discriminação e violência, e também promove pesquisas com o objetivo de fornecer dados sobre como a sociedade se comporta frente a discriminação racial e LGBT.

Reportagem: Priscila Machado / Secom PMS

Prefeitura de Salvador e Commbne lançam cartilha de combate ao racismo

A Prefeitura de Salvador lançou uma cartilha de combate ao racismo para os foliões que estão curtindo o Carnaval 2024 na capital. Bem didática, a publicação busca conscientizar as pessoas com orientações de como evitar palavras e expressões que perpetuam o racismo e que devem ser eliminadas do dia a dia. Intitulado “Não deixe o racismo estragar nossa folia”, o material foi produzido em parceria com o Instituto Commbne e está sendo distribuído nos circuitos da folia.

“Entendemos que o momento do Carnaval serve também para tratarmos de temas necessários, como o combate ao racismo. E essa cartilha, que uniu algumas secretarias da nossa gestão e uma entidade da sociedade civil que busca exatamente essa conexão da comunicação antirracista no mundo inteiro, é um instrumento eficaz, uma vez que recebemos aqui, no período da folia, pessoas de todas as partes do planeta”, explicou Renata Vidal, secretária municipal de Comunicação.

De acordo com a publicação, a promoção da igualdade racial e do enfrentamento ao racismo são pautas prioritárias para a Prefeitura de Salvador e, por meio de políticas públicas consolidadas e intersetoriais, que incluem também campanhas e ações educativas, o município busca sensibilizar e conscientizar os cidadãos. Uma dessas formas, ressaltou Vidal, é a comunicação antirracista, fundamental para construir uma sociedade que respeite a dignidade de cada pessoa.

A Prefeitura de Salvador conta com uma pasta que é a instância responsável, através da transversalidade, por articular, junto às instituições governamentais e não governamentais, políticas públicas de promoção da equidade racial, a inclusão socioeconômica da população negra e a valorização da diversidade, que é a Secretaria Municipal da Reparação (Semur).

Para a secretária da Semur, Ivete Sacramento, “combater o racismo é um dever de todos nós, negros e não negros, e esta Cartilha integra as estratégias adotadas pelo município para o combate ao racismo e a promoção da equidade Racial, como o Programa de Combate ao Racismo Institucional (PCRI) e o Observatório da Discriminação Racial, LGBT+ e Violência contra Mulher”.

“A cartilha é um relevante instrumento na perspectiva do letramento racial, ao passo que utiliza dos instrumentos próprios da comunicação com vistas a contribuir para efetiva reparação. Estratégias estas que cumprem o disposto na Lei 9.451/2019, o Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa de Salvador, regulamentado em sua integralidade, também de forma pioneira, no município”, destacou a titular da Semur.

O Instituto Commbne é uma organização fundada em Salvador, que tem como objetivo conectar comunicadores e perspectivas sobre comunicação negra e/ou antirracista, em nível global. O Instituto busca disseminar perspectivas inovadoras sobre comunicação, inovação, raça e etnia no contexto da diáspora africana, bem como, aprimorar a formação de estudantes e profissionais da área e fomentar o intercâmbio de experiências e narrativas em uma rede unificada.

“Para o Instituto Commbne, que conecta pautas sobre comunicação, inovação, raça e etnia, contribuir para o enfrentamento ao racismo no maior carnaval do mundo, o de Salvador, é uma honra. Temos um compromisso ético com a nossa ancestralidade e memória. Por isso, precisamos cuidar dos direitos da população negra de todas as formas, sobretudo através da nossa fala e formas de expressão. Racismo é crime e comunicação é um direito humano fundamental”, destacou Midiã Noelle, diretora geral da organização Commbne.Playvolume

Expressões racistas – A cartilha traz uma lista de alternativas para substituir expressões racistas, como: em vez de falar “a coisa tá preta”, usar “a coisa está complicada”, ou em bom baianês “é laranjada”. Outro exemplo é usar “difamar” ou “caluniar” em vez de “denegrir”. O encarte ainda recomenda não falar “cabelo ruim”, mas “cabelo crespo, cacheado”. E alerta: “Lembre-se: ruim é o racismo”!

Para a Prefeitura, o ideal é que o folião celebre o Carnaval com respeito e inclusão e que, ao eliminar expressões racistas e ações discriminatórias, as pessoas contribuem para a construção de uma festa sem violência. A cartilha uniu ações das secretarias municipais de Comunicação (Secom), Reparação (Semur) e de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ).

Com apoio da Prefeitura, bloco Malê Debalê celebra a identidade afro-indígena em desfile no Campo Grande

O bloco afro Malê Debalê, entidade do movimento negro que é destaque no cenário musical baiano há mais de 30 anos, foi uma das presenças marcantes no Circuito Osmar (Centro) no sábado (10), durante o terceiro dia oficial do Carnaval de Salvador. Com um espetáculo composto por 21 alas coreografadas, mais de 600 dançarinos e 80 artistas percussionistas, o bloco apresenta nos dias de carnaval deste ano o tema “O que é bom, o Nordeste tem”.

As fantasias e coreografias apresentadas durante o desfile fazem referência às Ganhadeiras de Itapuã, à dança do Caboclo e Cabocla de Lança, ao Samba do Recôncavo Baiano, Capoeira, Maculelê, Bonecas de Pano da Kalunga, Bumba meu Boi, e aos orixás Ogum e Oxum, guardiões do Malê Debalê.

Neste ano, o bloco traz uma novidade para os três dias de desfiles ao convidar o grupo Quilombo PCD, para se apresentar em uma ala formada por 15 pessoas com deficiência. A apresentação teve como principal objetivo o acolhimento, letramento e autoestima da população negra PCD.

Além deste sábado, o bloco Malê Debalê volta à avenida na próxima segunda-feira (12), a partir das 19h. Na terça-feira (13), o grupo levará a beleza de seus adereços e reflexões sobre a história da nossa cidade ao Circuito Dodô (Barra/Ondina).

História do Malê Debalê – O Bloco Afro marcou os anos 80 e 90 pela afirmação da luta contra o racismo e pela ocupação de espaços pelo povo negro. O Malê nasceu de jovens moradores de Itapuã, em consonância com outros que residiam em outros bairros como o Garcia e o Tororó.

O nome “Malê” é em homenagem aos negros muçulmanos que, em 1835, realizaram um importante feito na história do Brasil, intitulado de Revolta dos Malês. Já o nome “Debalê”, criado pelos fundadores do bloco, traduz, de acordo com o fundador Josélio de Araújo, uma conotação de “positividade”, felicidade, ou qualquer tradução de caráter afirmativo.

Homenagem – O Malê Debalê é uma das entidades homenageadas pela Prefeitura de Salvador, que trouxe “Salvador Capital Afro” como tema da folia este ano. Inclusive, a gestão municipal destinou um investimento inédito para os blocos afros no Carnaval deste ano, com mais de R$8 milhões aplicados em apoio aos principais blocos da cidade, além da inclusão dos blocos afros femininos. Mais de 130 entidades de matriz africana independentes estão sendo apoiadas pela gestão municipal.

Reportagem: Mattheus Miranda/Secom PMS

Dedicado a artistas da música negra, palco Salvador Capital Afro inicia programação no Centro nesta quinta (8)

Em 2024, além dos circuitos clássicos do Carnaval, como Dodô, Osmar e Batatinha, a capital baiana conta uma novidade: um palco na Praça Castro Alves, no coração do Centro Histórico, dedicado exclusivamente a artistas da música negra. Batizado de “Salvador Capital Afro”, em sintonia com o tema da folia da cidade deste ano, o espaço inicia programação nesta quinta-feira (8), sempre a partir das 21h, com performances de renomados talentos.

Na estreia, os foliões poderão curtir as apresentações de Jahmin Sound System, Setembro Sound System, Fall Clássico (convida Miss Ivy e MCDO) e Ministéreo Público.

Uma das atrações a marcar presença no local, o cantor Criolo não escondeu a alegria por tocar cidade – o rapper irá se apresentar na noite deste sábado (10). “Estou feliz demais por cantar em Salvador, uma cidade que me acolhe muito desde sempre, uma cidade extremamente cultural, que tem uma energia maravilhosa”, exaltou. “Quem vai até Salvador volta diferente. Uma honra muito grande, eu só tenho a agradecer”, completou o artista.

Para Ronaldo Silva, fundador do grupo Samba Trator, que sobe ao palco no domingo (11) de folia, a expectativa de se apresentar no palco é a melhor possível.

“Com certeza, vamos nos dedicar muito para animar a Praça Castro Alves, levando muita música em forma de samba e fazendo, sim, do Carnaval de Salvador, o melhor do mundo, com muita alegria e energia positiva”, acrescentou Ronaldo.

Programação – O Carnaval de Salvador se inicia nesta quinta (8) e se estende até a Quarta de Cinzas (14). A programação completa pode ser acessada no site https://carnaval.salvador.ba.gov.br/, @‌salvadormeucarnaval no Instagram.

Texto: Mateus Soares/ Secom PMS

Observatório da Prefeitura passa a contar com QR Code para denúncias dos foliões no Carnaval

Com objetivo de monitorar, combater e ajudar no enfrentamento ao racismo, discriminação e violência contra LGBTs, negros, mulheres e aos blocos afro e afoxés, no período do Carnaval, o Observatório da Discriminação Racial, LGBT e Violência contra Mulher começa a funcionar nesta quinta-feira (8), no Campo Grande. Além da estrutura física, mais 100 agentes estarão espalhados nos circuitos fazendo os registros online, por meio de smartphones.

Para facilitar o encaminhamento das denúncias, um QR Code está espalhado em vários pontos da festa e também no material gráfico distribuído nos dias de folia. A iniciativa visa mapear e registrar as ocorrências de discriminação, tendo atuação de forma interdisciplinar entre diversos órgãos da gestão municipal, com destaque para as secretarias da Reparação (Semur) e de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ).

O observatório atua com agentes de observação distribuídos ao longo dos circuitos da festa, orientando os foliões sobre como fazer as denúncias, que podem ser realizadas pelo site da Semur, WhatsApp (71) 98622-5494 e, agora, pelo QR Code.

A ideia é que os servidores atuem como observadores da festa, de modo a inibir situações que desrespeitem os direitos humano. Além da missão de prevenir e combater as discriminações, o observatório é de suma importância na construção de indicadores para que o município possa se articular frente aos problemas identificados.

Mais tecnologia – Além do WhatsApp do observatório, a Prefeitura, por meio da Secretaria de Inovação e Tecnologia (Semit), lançou um serviço de Inteligência Artificial (IA) para tirar as dúvidas dos foliões.

Através do WhatsApp (71) 98791-3420, é possível obter informações sobre transporte para a festa, pontos de táxi, localização dos módulos de saúde, atendimentos a crianças, adolescentes e mulheres, programação dos circuitos, entre outras opções.

Com festas populares, igrejas e terreiros, turismo religioso atrai visitantes para Salvador no primeiro mês de 2024

O verão em Salvador é marcado pelas festas populares, que ocorrem nos largos e ruas da cidade, do começo de dezembro até o fim do Carnaval. Ocorre que, ao mesmo tempo em que muitas pessoas procuram essas celebrações pela diversão, todas possuem também originalmente um profundo significado religioso e espiritual. É a mistura do sagrado com o profano, eternizada em música, que define tão bem eventos como a Lavagem do Bonfim e a Festa de Iemanjá.

Em razão disso e de tantos outros roteiros religiosos – afinal, Salvador tem mais de 370 igrejas católicas seculares – este tipo de turismo, movido pela espiritualidade, tem atraído cada vez mais adeptos à capital baiana. São visitantes que também aproveitam o primeiro mês do ano para conhecer, por exemplo, o Caminho da Fé e todo o legado deixado por Santa Dulce dos Pobres na cidade.

Caminho da Fé – Em Itapagipe, com 1,1km de extensão, entre os bairros de Roma e Bonfim, o Caminho da Fé tem sido um dos destaques para baianos e turistas. Como diz o ditado, “quem tem fé vai a pé”: todos são convidados a caminhar pelo percurso, guiados por 28 totens explicativos.

São 14 referentes à história de Santa Dulce dos Pobres e outros 14 sobre a devoção ao Senhor do Bonfim. Com isso, os visitantes poderão passar pelo Caminho da Fé conhecendo um pouco da história de devoção que proporcionou a esse local específico da capital baiana uma importância religiosa tão grande.

É no Caminho da Fé, inclusive, que fica a Basílica Santuário Senhor do Bonfim, que em toda segunda quinta-feira de cada ano celebra o santo homônimo, atraindo uma multidão à Colina Sagrada, na Cidade Baixa. O cortejo reúne quase 1 milhão de pessoas entre o Comércio, com saída da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia até a Colina Sagrada, finalizando na Igreja do Bonfim.

Seja para agradecer ou amarrar sua fitinha nos gradis da igreja, fazendo os tradicionais pedidos a cada nó dado, a festa reúne manifestações populares e muita música, com boa parte dos fiéis vestidos de branco ou azul. Além disso, no adro da igreja, as baianas lavam as escadarias, em uma cerimônia conjunta com a bênção do Padre Edson Menezes, reitor da basílica.

Fortalecimento – Pensando em impulsionar o turismo religioso, a Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) lançou, em 2022, através de uma parceria com a Pastoral do Turismo (Pastur) da Arquidiocese de Salvador, a Web Série “Caminhos de Fé” que consiste em uma série de três episódios gratuitos, na internet, trazendo roteiros imersivos que vivenciam igrejas, santuários, museus e templos católicos em Salvador. O conteúdo ainda pode ser acessado no canal do Visit Salvador da Bahia (YouTube), pelo Instagram (@visitsalvadordabahia ) e no portal www.salvadordabahia.com.

Os filmes trazem uma linguagem poética e atual, despertando a vontade tanto de devotos quanto de curiosos, de conhecerem os lugares apresentados. Estão na websérie quase 30 destinos, todos com descrição de localização, uma forma de estimular a visitação dos locais. Também foram produzidos roteiros de cada episódio com todas as informações importantes, facilitando futuros passeios dos visitantes.

Além disso, todos os locais envolvidos estão como experiências no portal, matérias individuais com conteúdo aprofundado e atualizado. O projeto ainda contempla a produção fotográfica de cada locação, uma forma de catalogar e contar essas histórias também através de imagens.

A Prefeitura também recuperou diversos equipamentos e espaços históricos que fazem parte do nosso patrimônio cultural e religioso, aliado à forte campanha de marketing digital. Uma das obras recentes foi a requalificação do Largo da Lapinha, onde está localizada a Igreja da Lapinha, onde ocorre todos os anos, entre os dias 3 e 6 de janeiro, a Festa de Reis.

Sagrado e Profano – É no mês de dezembro que começa o ponto alto do turismo religioso. As festividades começam com o dia de Santa Bárbara, ou Iansã no candomblé, em 4 de dezembro. Com os fiéis tradicionalmente trajando vermelho, o dia começa com uma missa na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, seguida de uma procissão pelas ruas do Centro Histórico em direção à Baixa dos Sapateiros.

Em 8 de dezembro, é a vez da padroeira da Bahia, Nossa Senhora Conceição da Praia. A festa religiosa é considerada a mais antiga do Brasil, comemorada desde 1550.

A protetora dos olhos, Santa Luzia, é festejada no dia 13 de dezembro. A festa dela acontece na região do Pilar e acontece desde o século XX.

No dia 27 de janeiro, ocorre a Festa de São Lázaro, em homenagem ao santo católico, mas de forte expressão também no candomblé. Nela, é homenageado o orixá Omolu com lavagem da escadaria da Igreja de São Lázaro, velas acesas e banho de pipoca. A programação inclui missas às 7h, 11h e 17h, todas celebradas no Santuário de São Lázaro e São Roque, na Federação.

No dia 2 de Fevereiro, o Rio Vermelho se enfeita de azul e branco para saudar a Rainha do Mar. É neste dia que baianos e turistas se reúnem para a Festa de Iemanjá. O ponto alto é a entrega dos presentes à orixá em balaios especiais, que são conduzidos ao mar.

E em todo ano, na última quinta-feira antes do Carnaval, a Lavagem de Itapuã faz a festa do bairro homônimo, ainda na madrugada, com o som do Bando Anunciador. A alvorada de fogos anuncia o nascer do sol e a pré-lavagem da escadaria de Nossa Senhora da Conceição de Itapuã pelos moradores do bairro.

Terreiros – Além das igrejas e do Caminho da Fé, os terreiros de Candomblé de Salvador também guardam belezas e atrativos singulares.

Os templos das religiões afro-brasileiras, como candomblé e umbanda, são endereço certo no circuito turístico. Os quase 1,2 mil terreiros estão espalhados por toda a cidade. Destes, pouco mais de 700 são cadastrados pela Secretaria Municipal de Reparação (Semur).

Na lista dos mais visitados, figuram o Ilê Iyá Omi Àse Iyamasé, também conhecido como Terreiro do Gantois, na Federação. Com aproximadamente 3.600 m², o espaço sempre esteve aberto para receber gente de todas as origens e classes sociais. A entrada é gratuita, de terça a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 17h, e aos sábados das 9h30 às 14h.

Outro destino que atrai turistas é o terreiro Kalè Bokùn, em Plataforma. O templo possui rituais específicos que exaltam o poder ancestral feminino. Além disso, possui um patrimônio ambiental forte, envolvendo fonte, árvores centenárias, além de folhas sagradas.

A casa é referência da memória do babalorixá Severiano Santana Porto, que implantou o templo no Subúrbio Ferroviário, assim como aqueles que deram continuidade ao seu trabalho, como a atual ialorixá Vânia Amaral. O templo está ligado à história do bairro de Plataforma, um dos mais antigos de Salvador, local de grande expressão da população afrodescendente e de concentração de casas de candomblé.

Resultado – Todo ano, 5 milhões de pessoas visitam a Bahia em nome da fé. E Salvador é o principal destino de toda essa gente.

A movimentação econômica do turismo religioso gira em torno de R$1,8 bilhão na Bahia. Isso porque cada turista gasta, em média, R$182 por dia. Em âmbito nacional, o turismo religioso é responsável por movimentar R$20 milhões de viagens em mais de 300 destinos brasileiros, gerando mais de R$15 bilhões por ano e sendo, inclusive, um grande incentivador de pequenos negócios e investimentos. Os dados são do Ministério do Turismo.

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