Logo Prefeitura de Salvador

A beleza e a elegância da cultura negra em destaque com o Afródromo

Na noite de segunda e madrugada deste terça (04) de Carnaval (3), o Afródromo trouxe para o Circuito Osmar (Campo Grande/Praça Castro Alves) a beleza, música e dança negra. O bloco Ilê Aiyê estava em festa, como revelou uma das diretoras do bloco, Maria de Lourdes Siqueira. “Nós estamos celebrando 40 anos de vitórias, de conquistas, de resultados de lutas e de nossa resistência. O presidente do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos (Vovô), diz que a nossa luta é uma teimosia. É uma teimosia em busca de transformações para a sociedade”, contou.

Muito por conta do Ilê, o tema do Carnaval faz é uma homenagem aos 40 anos dos de desfile dos blocos afro. Maria de Lourdes explicita que, entre as transformações principais que o Ilê conseguiu está a compreensão de que o racismo prejudica não só a comunidade negra, mas a sociedade brasileira. A diretora comemorou o Afródromo no Carnaval e lamenta que ainda exista racismo. “A sociedade brasileira encara o ser negro como uma diferença classificatória, inferiorizante e, na realidade, diferenças são riquezas”, explica.

Maria de Lourdes também falou que, para a comemoração desses 40 anos, a homenagem feita pelo bloco era a Mãe Hilda Jitolu. “Nós estamos relembrando as missões dela e todo o pioneirismo iniciado pelo nosso presidente, que criou o Ilê em 1974 junto com Apolônio de Jesus e um grupo de jovens negros lá do Curuzu, na Liberdade”, finalizou.

Marisa Cândida Paulino veio de São Paulo com seu pai, Francisco José Paulino, para sair no Ilê. “Conheço o Ilê há algum tempo, já vi o bloco saindo, mas é a primeira vez que saio nele e estar aqui é uma emoção de uma vida inteira”, contou Marisa. “Conhecia como uma entidade representativa dos negros do Brasil e da Bahia. Sempre tivemos vontade de vir, mas esse ano, através de uma amiga da Bahia, conseguimos realizar esse sonho”, contou seu Paulino.

Patrícia Ramos, baiana da cidade de Muritiba, também estava presente para acompanhar o Afródromo e falou emocionada sobre a saída dos blocos. “É um privilégio poder estar aqui contemplando a beleza deles e constatando uma nova estrutura de desfile de cortejos afro que foi elaborada pela prefeitura. Acho que poder ver esses blocos nesse horário é uma proposta de valorização da cultura da Bahia”, disse.

Ilê

Muzenza e Malê – Além do Ilê, também esteve na avenida o Muzenza, com bateria composta por cerca de 120 homens e mulheres percussionistas, conhecidos como “guerreiros”. O bloco, considerado o primeiro a trazer para o Carnaval o samba-reggae, teve como tema “Nação Africana”, e trouxe uma ala com capoeiristas e outra com senhoras da terceira idade. O folião Pedro Souza, disse por que era a quarta vez que saía no bloco. “Eu acho massa. O toque é muito bom e não rola briga”, disse.

O Malê Debalê veio em seguida com cerca de quatro mil integrantes. O grupo, que ganhou destaque internacional quando recebeu no jornal The New York Times o título de maior balé afro do mundo, ganhou também o coração de Antônio Machado. “É uma emoção muito grande. Representa a minha origem africana”, comentou. Rita Pereira, foliã que sai no bloco há 25 anos, explicou o motivo de todos os anos escolher o Malê: “É o bloco do meu bairro. Ele defende nossa raça, representa a comunidade, oferece cursos profissionalizantes e educação para nosso povo”, contou. Também integraram o Afródromo, os grupos Okámbi e Comboio Africano. 

Fonte: www.curtacarnaval.com.br

 

© 2022 Copyright: Secretaria Municipal de Inovação e Tecnologia (SEMIT)
Skip to content